Tenho um fascínio por Arranha-Céus. Na verdade tal admiração se extende a tudo que envolve a combinação de uma grande altura, muita adrenalina, imponência e imensidão. O que é meio contraditório devido à minha condição de acrófobo e a um certo narcisismo exacerbado. Porém o medo, alguns casos, é uma forma de admiração, não é mesmo?
Mas esse texto fica restrito aos prédios altíssimos, que além de simbolizarem a prosperidade e superioridade de determinado local, também remetem à engenhosidade humana e sua capacidade de transpor limites com os quais se afronta além do lembrete de que a evolução técnico-científica da humanidade está acontecendo de modo cada vez mais acelerado de algum tempo pra cá.
Não fez a conexão? Basta lembrar de que há menos de um século e meio as maiores edificações dos grandes centros financeiro-culturais do mundo raramente ultrapassavam os 5 metros de altura-salvo torres militares e templos religiosos-e até então Quéops era a maior estrutura oriunda das mãos do homem.
Durante aproximadamente uma hora assisti a um programa do Discovery Channel sobre a criação e evolução de tais estruturas, dos problemas básicos a serem resolvidos (estruturas pesadas e grandes demais, transporte de pessoas pelo interior do edifício, superaquecimento, etc.) até os não tão óbvios assim para os leigos (como transportar as estruturas imensas de sustentação quando já se está construindo a 500 metros de altura, o que fazer com as rajadas de vento que a partir de certa altura ultrapassam a velocidade de tufões, como manter o concreto úmido até sua chegada no devido destino) até seu apogeu na construção do Burj Dubai (em árabe: برج دبيTorre de Dubai) que antes de sua finalização-programada para setembro de 2009-já é, de longe, o mais alto edifício do mundo, faltando muito pouco para a complementação de seus 818 metros de altura.
A torre é projetada para suportar diversos tipos de desastres naturais e não naturais, como terremotos de média intensidade, enchentes, explosões, colisões e seu formato “engana” o vento, pois o faz soprar em direções inversas que naturalmente se anulam diminuindo a pressão aérea sobre a estrutura.
Estar inserido no sinônimo da prosperidade num contexto onde o mundo está em crise, só realça o brilho desse que é um dos maiores marcos da engenharia contemporânea.
Isso tudo só me faz esperar ansiosamente pela oportunidade de visitar alguns desses “monstros” de concreto e, por enquanto, só imaginar quem será o gênio que irá ultrapassar a barreira de 1 km de altura e as soluções que irá inventar para alcançar tal feito.